Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Um relacionamento a dois não é tarefa fácil, com seus humores e dissabores. E este é o tema do novo espetáculo escrito por Ed Anderson e dirigido pela dupla Ricardo Grasson e Heitor Garcia. Protagonizada pelos atores Felipe Barros e Mayara Dornas, a comédia Esse Maldito Fecho-Éclair pega empresatado para título o famoso verso do hit Paixão, de Kleiton e Kleidir. A divertida montagem estreia nesta quarta, 24 de julho de 2024 no Teatro Itália, no centro paulistano, onde pode ser aplaudida até 5 de setembro, com sessões às quartas e quintas, às 20h. A trama segue um casal em sua lua de mel após uma festa de casamento cheia de acontecimentos. O marido anseia pela primeira noite com sua esposa, enquanto ela procura aflita pelo seu batom. De repente, um fecho-éclair emperrado do vestido da noiva é gatilho para uma série de eventos inesperados e questões existenciais.
O amor é um tema universal, desde Adão, Eva e a tal serpente disparadora de conflitos, esse sentimento nunca sai de moda. O que é cafona está relacionado a falta de escuta aos anseios da parceria proposta. Acredito na pulsão dos desejos e a sociedade pode e deve estar atenta a este acolhimento. Senão regredimos a tempos bicudos”.
Ed Anderson
dramaturgo
Com seu casal suburbano embalado por clássicos da música brega, a obra fala de amor, casamento, filhos, traição, monogamia, responsabilidade afetiva, desejos sexuais e solidão. Tudo isso para traçar um panorama atual das relações monogâmicas e as tais culpas carregadas pelos casais brasileiros.
Uma peça que nos diverte e nos convida a pensar sobre como construímos nossas relações e o porquê de nos permitirmos chegar ao desgaste extremo. Por que tanta dificuldade em conversar e identificar o que sentimos? Não percebemos que muitas situações nos torna agressivos, ofensivos, irritados, tristes e estes estados nos adoecem”.
Mayara Dornas
atriz
A latinidade está presente na obra, que buscou influências no cineasta espanhol Pedro Almodóvar e na pintora mexicana Frida Kahlo e ainda no escritor colombiano Gabriel García Márquez com seu realismo fantástico, o que na América Latina é a realidade mesmo.
A escolha do texto partiu de uma vontade minha e da atriz Mayara Dornas de estarmos juntos no palco, após fazermos vários projetos no cinema e no podcast que apresentamos juntos, os Dramáticos. Decidimos buscar por um texto solar, divertido e que fosse para dois atores. Lemos milhares de textos juntos e nada bateu tão forte no nosso coração quanto o texto do Ed Anderson: Esse Maldito Fecho-Éclair”.
Felipe Barros
ator
O que nos instiga como diretores e encenadores é a possibilidade de, através da história deste casal, aparentemente normal, e da forma com que eles se relacionam, refletir as relações humanas e os relacionamentos amorosos. A presença no palco e o diálogo entre esses dois personagens é uma metáfora dos casais à nossa volta, de nós, dos nossos pais e avós”.
Ricardo Grasson
diretor
Acredito que todos iremos nos identificar com as escolhas musicais, os trajes, as particularidades de um casal e as situações que todos nós já passamos num quarto de Ho ou Mo – tel. Venham jogar arroz até que a morte separe os infelizes para sempre”.
Heitor Garcia
diretor
Esse Maldito Fecho-Éclair
Ficha Técnica:
Direção: Ricardo Grasson. e Heitor Garcia. Elenco: Felipe Barros e Mayara Dornas. Produção: Lígia Fonseca. Desenhos de Luz: Cesar Pivetti. Cenografia: Marisa Bentivegna. Figurino:Rosangela Ribeiro. Aderecista e assistente de figurino: Neemias Villas Bôas Visagismo: Edgar Cardoso Som: Aghata. Designer: Carol Cevdar. Fotos e Vídeos: Rafael Duckur e Lanther Lincoln. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Redes Sociais: Jéssica Fioramonte. Trafégo: Cauê Baldo. Realização: Malisgüe Produções.
Temporada: de 24 de julho a 5 de setembro de 2024 – Quartas e quintas, às 20h.
Ingresso: R$ 80,00 e R$ 40,00 (meia entrada para estudantes, idosos, professores e classe artística)
Teatro Itália – Av. Ipiranga, 344 – República, São Paulo – SP
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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