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Os Satyros têm trajetória de 35 anos analisada em livro de Marcio Aquiles pelas Edições Sesc

Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, cofundadores da Cia. de Teatro Os Satyros e da SP Escola de Teatro - Foto: Bob Sousa - Blog do Arcanjo
Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, cofundadores da Cia. de Teatro Os Satyros, que tem trajetória de 35 anos analisada em livro das Edições Sesc © Bob Sousa – Blog do Arcanjo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A trajetória e os impactos artísticos, pedagógicos, urbanísticos e sociais da atuação d’Os Satyros, uma das mais relevantes companhias teatrais brasileiras das últimas décadas, são o tema do livro Os Satyros: teatricidades – experimentalismo, arte e política, novo lançamento das Edições Sesc São Paulo.

A coletânea de artigos de pesquisadores e jornalistas, organizada pelo crítico teatral Marcio Aquiles, traz reflexões sobre as práticas artísticas, as proposições pedagógicas e as atividades socioculturais do grupo, que desenvolveu um teatro marcado pela transgressão e pelos valores da alteridade e da liberdade.

Uma seleção de imagens dos diversos espetáculos e de críticas jornalísticas complementam os textos de Kil Abreu, Marici Salomão, Miguel Arcanjo Prado, Beth Lopes, Silas Martí e o casal norte-americano Dana e Ricky Young-Howze. O lançamento acontece no dia 7 de agosto, quarta-feira, a partir das 19h30, no Sesc 14 Bis, com bate-papo entre o organizador Marcio Aquiles e o ator e cofundador da Cia de Teatro Os Satyros, Ivam Cabral, com mediação de Silas Martí. O bate-papo será seguido por sessão de autógrafos.

Fundada em 1989 pelo ator, escritor e promotor cultural Ivam Cabral e pelo diretor teatral Rodolfo García Vázquez, a companhia Os Satyros está sediada desde o ano 2000 na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. Um dos principais temas do livro é a relação dos Satyros com o território urbano e as transformações na região central. Com uma rica história na vida cultural e boêmia de São Paulo, na virada do século, a Roosevelt estava degradada e era considerada um local perigoso, marcado pela prostituição e tráfico de drogas. Lá, Cabral e Vázquez abriram seu primeiro espaço, “que movimentou a vida noturna por meio de espetáculos realizados e de seu café-bar, em pouco tempo transformado em ponto de encontro de artistas e intelectuais”, lembra o organizador Marcio Aquiles. A partir da experiência d’ Os Satyros, outros grupos teatrais chegaram à praça, como os Parlapatões, em 2006. Após a chegada deles, surgiu a Associação dos Artistas da Praça (Adaap), a SP Escola de Teatro e também houve o renascimento do Cine Bijou.

Teatro, cultura e urbanidade

Por essa ligação intrínseca da companhia com a cidade, o organizador decidiu abrir os capítulos temáticos com um texto sobre geografia, cultura e urbanidade, assinado pelo jornalista e crítico de arte Silas Martí, que viveu aquele espaço quando era um jovem estudante de jornalismo interessado em arte e cultura. Como sequência lógica, o capítulo seguinte, de Kil Abreu, aborda a inserção da companhia dentro do modelo estético-político denominado teatro de grupo, com destaque para a característica de criação de projetos de pesquisa continuados, que incluem, além das encenações, ações pedagógicas de longo prazo.

A importância dos Satyros no universo teatral

Os capítulos seguintes se aprofundam no processo criativo d’Os Satyros. Marici Salomão demarca algumas características da obra escrita, em sintonia com o pensamento da cena teatral contemporânea. Miguel Arcanjo Prado analisa as encenações do grupo na chave da preocupação do grupo com o elemento humano e na diversidade das pessoas que formam Os Satyros. Beth Lopes se concentra na dimensão pedagógica do grupo, e em como ela influencia a estética satyriana. Guilherme Genestreti aborda a produção dos Satyros em outros meios, como a televisão e o cinema, em especial os longas-metragens Hipóteses para o amor e a verdade e A filosofia na alcova. Por fim, os críticos norte-americanos Ricky e Dana Young-Howze contam como o grupo abraçou o teatro digital e ganhou alcance mundial durante a pandemia da Covid-19.

Em seu texto de apresentação da obra, escrito em agosto de 2023, o diretor do Sesc São Paulo Danilo Santos de Miranda (1943-2023), que fez parte do conselho da Adaap, relembra a amizade com Ivam e Rodolfo e destaca a dimensão educativa e de inclusão social do trabalho d’Os Satyros. “Como resultado dessa iniciativa, nas últimas duas décadas a praça tem sido cenário de diversos encontros, agregando públicos e artistas em torno da experiência estética — gesto que aproxima a companhia de teatro ao Sesc no que tange à proposta de ação no território, partilhada por ambos”, afirma Miranda.

Com design assinado pela Casa Rex, o livro traz, além dos capítulos temáticos e da seleção de imagens, capítulos com a fortuna crítica, críticas de espetáculos, e prêmios, homenagens e distinções recebidas pelos Satyros, além de versão do texto em inglês.

Edições Sesc São Paulo

Pautadas pelos conceitos de educação permanente e acesso à cultura, as Edições Sesc São Paulo publicam livros em diversas áreas do conhecimento e em diálogo com a programação do Sesc. A editora apresenta um catálogo variado, voltado à preservação e à difusão de conteúdos sobre os múltiplos aspectos da contemporaneidade. Seus títulos estão disponíveis nas Lojas Sesc, na livraria virtual do Portal Sesc São Paulo, nas principais livrarias e em aplicativos como Google Play e Apple Store.

Marcio Aquiles

Marcio Aquiles é escritor, crítico literário e teatral, autor de dezesseis livros, entre eles os romances Artefato cognitivo nº 7√log5ie (Prêmio Biblioteca Digital 2021) e O amor e outras figuras de linguagem; os volumes de poesia A cadeia quântica dos nefelibatas em contraponto ao labirinto semântico dos lotófagos do sul e O eclipse da melancolia; a antologia dramática O esteticismo niilista do número imaginário. Tem formação acadêmica multidisciplinar constituída na USP, Unicamp, UFSCar e Schiller-Universität. Trabalhou cinco anos como jornalista e crítico de teatro da Folha de S.Paulo. Desde 2014 é coordenador de Projetos Internacionais na SP Escola de Teatro. Em 2023, recebeu o 1º Prêmio Egresso Destaque Unicamp, “como forma de reconhecimento de sua distinta trajetória profissional”.

Sobre os participantes do lançamento

Ivam Cabral é ator, dramaturgo e cineasta, é um dos fundadores da Cia. de Teatro Os Satyros. Recebeu os mais importantes prêmios do teatro brasileiro (Shell, APCA e Governador do Estado, entre outros). É diretor executivo da SP Escola de Teatro. Como ator, participou do elenco de vários espetáculos e atuou em mais de 30 países. Escreveu dezenas de textos, tendo sido traduzido para o espanhol, inglês, sueco e alemão. Doutor em artes cênicas pela Universidade de São Paulo. Também é psicanalista, estudou com nomes importantes da área no Brasil, colaborou com o projeto Apoiar, do Instituto de Psicologia da USP, e faz atendimentos em consultório particular.

Silas Martí é jornalista e crítico de arte, é editor de Cultura no jornal Folha de S.Paulo. Formado em jornalismo pela Universidade de São Paulo, tem mestrado em arquitetura e urbanismo na mesma universidade e agora conclui uma tese de doutorado também na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. É especializado em história e crítica da arte e mercado de arte contemporânea, com formação na Università degli Studi di Genova, em Gênova, na Itália, no Sotheby’s Institute of Art, em Nova York, e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi vencedor da bolsa Knight Wallace, da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, nos Estados Unidos, onde desenvolveu uma pesquisa sobre ruínas urbanas e gentrificação.

Ficha Técnica:

Os Satyros: teatricidades – experimentalismo, arte e política
Organizador: Marcio Aquiles
Edições Sesc São Paulo, 2024
Número de páginas: 280
ISBN: 978-85-9493-284-6
Preço de capa: R$ 85 

Os títulos das Edições Sesc São Paulo podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc São Paulo, nas principais livrarias, em aplicativos como Apple Store e Google Play e também pelo portal www.sescsp.org.br/livraria

Evento de lançamento do livro Os Satyros: teatricidades – experimentalismo, arte e política

Dia 07 de agosto, quarta-feira, a partir de 19h
Bate-papo entre Marcio Aquiles Ivam Cabral, com mediação de Silas Martí, seguido de sessão de autógrafos.
Biblioteca.
Todas as idades
Grátis
Sesc 14 Bis
R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01313-020
www.sescsp.org.br/unidades/14-bis/

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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