★★★★ Crítica: Esse Maldito Fecho-Éclair diverte com dilemas do casamento que atormentam lua de mel
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
★★★★
ESSE MALDITO FECHO-ÉCLAIR
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Ser feliz é tudo que se quer. Entretanto, sempre aparece um maldito fecho-éclair, como nos ensinaram os irmãos gaúchos Kleiton e Kleidir em Paixão, música chiclete das FMs dos anos 1980. Pois é tal premissa que move a divertida comédia Esse Maldito Fecho-Éclair, habilmente escrita por Ed Anderson e sob direção inventiva de Ricardo Grasson e Heitor Garcia, dupla que vem fazendo barulho no teatro. Em cena às quartas e quintas, 20h, no Teatro Itália, os atores Felipe Barros, o Fefo, e Mayara Dornas, a Yayá, dão vida, em sintonia fina, a um casal em plena lua de mel. Só que, em vez de se jogarem na cama para decorarem as geografias mútuas, resolvem mergulhar em uma engraçadíssima DR, repleta de ansiedades das mais diversas, sobretudo da noiva. Enquanto o falatório no quarto não para, o público se identifica com as situações e ri à beça. Em atuação carismática, Mayara Dornas está adorável como a noiva de charmoso sotaque mineirinho, um verdadeiro furacão em cena. Com generosidade, Felipe Barros ampara muito bem sua parceira, fazendo o jogo necessário para que a obra encontre o brilho. A envolvente produção de Lígia Fonseca com realização da Malisgüe Produções tem cenografia de Marisa Bentivegna e uma luz de marcações precisas de Cesar Pivetti. O figurino de Rosangela Ribeiro (com adereços e assistência de Neemias Villas Bôas) é um charme à parte, com referências setentistas e oitentistas que, somadas ao precioso visagismo de Edgar Cardoso, torna os personagens saídos dos nossos velhos álbuns de família, aqueles de fotos reveladas de filme Kodak. É claro que a peça tem seu momento karaokê, com os nostálgicos espectadores, inclusive este crítico, se juntando aos noivos para cantar Paixão a plenos pulmões, sem medo nenhum da breguice que somos todos. Afinal, ninguém quer ser uma paixão mal resolvida, mas, sim, abrir o fecho-éclair da vida, ficar com marcas no pescoço e sair por aí levitando de felicidade.
★★★★
ESSE MALDITO FECHO-ÉCLAIR
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Quartas e quintas, 20h. Até 5/9/2024. No Teatro Itália – Av. Ipiranga, 344, subsolo do Edifício Itália, metrô República, São Paulo. 90 min. 12 anos. Compre seu ingresso!
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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