Suzana Santana celebra protagonista Celie no musical A Cor Púrpura: ‘Amor e respeito às que vieram antes’

A atriz Suzana Santana é a protagonista Celie no musical A Cor Púrpura, que volta ao Rio e a SP © Eduardo Bakr Divulgação Blog do Arcanjo 2024

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

No dia em que a atriz Suzana Santana subiu ao palco pela primeira vez como Jarene, uma das integrantes do trio de beatas do musical A Cor Púrpura, mal sabia que iniciava uma jornada que a levaria ao topo desta aclamada superprodução, responsável por revolucionar sua carreira e a colocar em novo patamar no mercado teatral nacional. O teatro não foi apenas um lugar de trabalho; para ela, tornou-se um lar, uma extensão de si mesma onde amizades profundas e uma comunidade vibrante floresceram.

Agora, após anos se desafiando e crescendo artisticamente, a atriz se encontra diante de sua maior conquista: interpretar a protagonista Celie, uma personagem poderosa que ecoa a história de muitas mulheres. A atriz passa a viver a icônica personagem a partir desta quarta, 28 de agosto, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. E depois repete o feito na temporada paulistana a partir de 26 de setembro no Teatro Liberdade.

“Fazer parte do elenco de A Cor Púrpura sempre foi um sonho”, confessa Suzana Santana em conversa com o Blog do Arcanjo horas antes de subir ao palco, com o brilho nos olhos de uma emoção que transborda de suas palavras. “Desejei desde o início estar aqui para contar essa história tocante, de que forma fosse. E Deus me agraciou, realizando esse sonho”, celebra.

A atriz Suzana Santana é a protagonista Celie no musical A Cor Púrpura, que volta ao Rio e a SP © Eduardo Bakr Divulgação Blog do Arcanjo 2024

A jornada de Suzana no espetáculo começou nas alegres e religiosas notas de Jarene, uma das vizinhas fofoqueiras da trama, onde trouxe ao palco não só uma performance, mas uma essência que encantou e conquistou o público — na época, a premiada atriz Letícia Soares vivia a protagonista Celie, que depois foi vivida também por Amanda Vicente.

Ao longo dos anos, Suzana não apenas colecionou experiências, como a divertida Sandy do musical Bob Esponja, mas também pôde se considerar uma aluna de uma “escola de gente talentosíssima”.

Suzana Santana na estreia de Bob Esponja, O Musical, no qual viveu Sandy, no Teatro Sérgio Cardoso em SP © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2023

Com cada papel, a atriz desvendou novos aspectos de seu potencial, transformando-se na artista multifacetada que agora assume uma das grandes protagonistas de musicais dos nossos palcos. “Fiquei por muito tempo em cartaz com A Cor Púrpura, depois, novos trabalhos surgiram. Cada projeto foi um desafio que me ajudou a crescer”, recorda. E agora, ela retorna “à casa” com um novo e audacioso desafio: Celie, a protagonista que une novamente sua paixão e determinação.

A atriz Suzana Santana no camarim de A Cor Púrpura no Teatro Sérgio Cardoso em 2021 quando ainda vivia a beata Jarene © Bob Sousa Blog do Arcanjo 2021

A ancestralidade e a força feminina estão entrelaçadas na vida de Celie, e isso ressoa profundamente em Suzana. “Eu enxergo a Celie como um presente inesperado”, declara, ainda emocionada com o convite do diretor e produtor Tadeu Aguiar, ao lado do produtor Eduardo Bakr, que acreditaram em seu potencial. “Demonstraram afeto e acolhimento, e não há maior incentivo do que pessoas torcendo por você”, diz.

A atriz Suzana Santana é a protagonista Celie no musical A Cor Púrpura, que volta ao Rio e a SP © Eduardo Bakr Divulgação Blog do Arcanjo 2024

Com um leve sorriso que tenta disfarçar tamanha apreensão para a estreia, Suzana Santana admite que a responsabilidade de dar vida a Celie evoca um misto de alegria e ansiedade.

“Nunca imaginei estar nesse lugar, mas entendi que A Cor Púrpura é uma missão”, explica. Isso se reflete na importância da narrativa e na força de sua representação. A jornada de Celie é um espelho para muitas mulheres negras, que muitas vezes se sentem invisíveis na sociedade. “Ali no palco, somos a voz dessas mulheres que se calaram durante uma vida inteira. É como se fosse uma sessão de terapia em grupo”, define.

O papel de Celie chegou a Suzana em um momento de ascensão em sua carreira. Provando que o tempo muitas vezes é um aliado nas escolhas que a vida faz para nós, a atriz reflete sobre viver a personagem que nos cinemas foi interpretada por Whoopi Goldberg. “Essa história é sobre amor, dor, reencontros e perdão. É uma celebração da vida e da ancestralidade.”

Whoopi Goldberg, Letícia Soares e Amanda Vicente já viveram Celie no cinema e no teatro musical © Divulgação Blog do Arcanjo 2024

E ela também faz questão de agradecer a Deus, a quem coloca no comando de sua vida e carreira. “Eu sempre digo e acredito firmemente que Deus é o responsável pela minha trajetória. Ele me faz ser forte e confiante pra enfrentar cada desafio. Coloca pessoas no meu caminho pra me mostrar do que sou capaz, abre portas e me faz enxergar meu potencial. Todos os espaços que pisei, foram Ele que me colocou, para além do esforço do meu trabalho. Eu fui surpreendida na maioria deles e a Celie não foi diferente. Ela chegou pra mim num momento em que estava numa crescente na carreira, e como disse um grande amigo e incentivador, nosso maestro Thalyson Rodrigues, ‘ela veio pra mostrar a Suzana que muitos não conhecem’, inclusive eu!”, afirma.

“E por isso, vou abraçar essa oportunidade de coração, pelos que acreditam e torcem por mim. Defendendo a Celie, por amor a esse espetáculo, a essa história, a minha ancestralidade, reverenciando com muito amor e respeito às outras Celies que vieram antes de mim”, fala.

A Cor Púrpura não é apenas um musical; é um testemunho da força e resiliência das vozes marginalizadas, e Suzana Santana, agora como a protagonista, é a nuvem de esperança e luz que lança novos olhos sobre esse clássico atemporal. Ela não está apenas contando uma história; está fazendo história. É um sopro de força feminina vibrando em cada canto do palco. A bela jornada de Suzana Santana é um convite a todos nós para ouvirmos as vozes que precisam ser ouvidas e reconhecer a beleza que existe na luta coletiva, algo que A Cor Púrpura condensa tão bem.

A Cor Púprura © Bob Sousa Blog do Arcanjo 2021

A Cor Púrpura

Ficha técnica: 
Texto: Marsha Norman
Músicas: Brenda Russell, Allee Willis e Stephen Bray
Versão Brasileira:  Artur Xexéo
Direção Geral: Tadeu Aguiar
Direção Musical da primeira temporada: Tony Lucchesi 
Direção Musical temporada 2022, 2023 e 2024: Thalyson Rodrigues
Elenco: Suzana Santana, Wladimir Pinheiro, Aline Serra, Erika Affonso, Leandro Vieira, Samuel Conzé, Maju Tatagiba, Lola Borges, Claudia Noemi, Hannah Lima, Vall Coutinho, André Sigom, Cesar Rocafi, Renato Caetano , Leonardo de Araújo, Rodrigo Fernando e Chelle 
Assistência de direção: Flávia Rinaldi
Produção de elenco: Marcela Altberg
Cenário: Natália Lana
Figurino: Ney Madeira e Dani Vidal
Desenho de luz: Rogério Wiltgen
Desenho de som: Gabriel D’Angelo 
Coreografia: Sueli Guerra
Assistência de cenografia: Gisele Batalha
Assistência de Coreografia: Olívia Vivone
Mídias sociais: Rafael Nogueira
Designer gráfico: Alexandre Furtado
Produção executiva: Edgard Jordão
Coordenação de produção: Norma Thiré
Produção Geral: Eduardo Bakr
Assessoria de Imprensa: GPress Comunicação por Grazy Pisacane

SERVIÇO: 

RIO DE JANEIRO

Local: Teatro Carlos Gomes
Praça Tiradentes, S/N
Temporada: De 28 de agosto a 22 de setembro de 2024
Sessões: Quartas, quintas e sextas-feiras às 19h | Sábados às 17h | Domingos às 17h 
Valor: R$ 80,00 (inteira)| R$ 40,00 (meia-entrada) | R$ R$ 40,00  (popular)
Classificação etária 12 anos
Duração: 165 minutos

SÃO PAULO

Local: Teatro Liberdade
São Joaquim, 129 – Liberdade
Temporada: De 27 de setembro a 20 de outubro de 2024
Sessões: Quintas e Sextas às 20h | Sábados 16h e 20h30 | Domingos às 16h
Quintas e Sextas: Plateia premium: R$ 190,00 | Plateia: R$ 150,00 | Balcão A: R$ 80,00 | Balcão B: R$ 39,60
Sábados e Domingos: Plateia premium: R$ 240,00 | Plateia: R$ 190,00 | Balcão A: R$ 100,00 | Balcão B: R$ 39,60
Classificação etária 12 anos
Duração do espetáculo: 165 minutos

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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