Divina Valéria, primeira cantora trans a gravar disco no Brasil, celebra 80 de vida e 60 de carreira com show no Sesc Pompeia
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Divina Valéria, desde sua estreia em 1964 tem feito uma carreira brilhante, seja como cantora em shows pelo mundo ou mais recentemente como atriz no cinema nacional. No país que mais mata travestis e pessoas trans, segundo dados da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), e em que a estimativa de vida chega a 35 anos, celebrar o aniversário de 80 anos e os 60 de carreira de Divina Valéria é uma declaração de resistência e amor à arte, à diversidade e à melhor idade.
Por isso, o Sesc Pompeia homenageia essa lenda da luta LGBTQIA+ no Brasil com o espetáculo Divina Valéria 80 – O Show Biográfico, em apresentação única, no dia 12 de setemebro, às 21h. A atração foi idealizada pela diretora Luh Maza, ela própria a primeira diretora trans do Theatro Municipal de São Paulo (Transtopia, 2019), primeira roteirista trans na TV brasileira (Sessão de Terapia, 2019) e primeira jurada trans do Prêmio Shell de Teatro (2021-2022). Admiradora de Divina Valéria, a quem descobriu bem jovem assistindo um programa de TV, Luh se aproximou da Divina Valéria no set de filmagens de seu próximo filme, o qual a convidou a protagonizar.
As atrizes escolhidas foram, respectivamente, Marina Mathey (primeira trans a ganhar como melhor atriz coadjuvante do Prêmio Bibi Ferreira) e Verónica Valenttino (primeira trans a ganhar como melhor atriz o Prêmio Shell e como Revelação do Ano do Prêmio Bibi Ferreira), ambas pelo musical Brenda Lee – O Palácio das Princesas, de 2021, mantendo a representatividade e importância da apresentação até em seus atores.
Inspirada pelas histórias impressionantes do passado e pela resiliência dessa artista, que foi pintada por Di Cavalcanti e que aos 80 anos enfrenta todos os desafios para seguir trabalhando com sua arte, a diretora imaginou uma série de ações que, além do filme, levaram Divina Valéria a estrelar uma campanha de beleza na internet chamada Eu Faço História Com Orgulho e agora estrear esse show cênico-musical para contar sua vida com a própria homenageada em cena.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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