Teuda Bara ganha talk show nas redes do Grupo Galpão para celebrar trajetória de 83 anos de vida e arte

Teuda Bara em Cabaré Coragem do Grupo Galpão no Sesc Belenzinho © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2024

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A grande atriz Teuda Bara acaba de ganhar seu próprio talk show. O Grupo Galpão lança nesta segunda, 14, a websérie sobre Teuda Bara, atriz e uma das fundadoras da companhia em 1982. Neste novo quadro do Grupo Galpão, Teuda Bara recebe amigos de vida e de ofício para relembrar momentos icônicos de suas trajetórias. Ao todo, são 10 episódios, que serão publicados no Instagram e no Facebook do Grupo Galpão, gravados na casa da própria Teuda, na companhia de amigos como Tutti Maravilha, Elza Cataldo, Chico Pelúcio, João Santos, Gilma Oliveira, Antonio Edson, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Bebeto Horta e Inês Peixoto. O quadro será lançado no dia 14 de outubro de 2024, às 17h, e haverá novos episódios toda segunda. O projeto Tá lembrada, Teuda Bara? é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Petrobras, da Cemig e do Instituto Cultural Vale.

Auge aos 83

Teuda Bara, no auge de seus 83 anos, está cheia de projetos e se diz muito satisfeita com as recentes homenagens. “Foi uma delícia gravar os episódios com os amigos. A cada hora, chegava um, e a gente riu muito”. Neste mês de outubro, além da websérie produzida pelo Grupo Galpão, ela acaba de participar do lançamento do curta-metragem Ressaca, de Pedro Estrada, no Festival do Rio, que irá se tornar longa e reverencia a trajetória da atriz. Ainda no dia 18 de outubro, Teuda estará no Teatro Sesiminas, em sessão única, com a peça “Luta”, de caráter biográfico e com direção e dramaturgia de Cléo Magalhães, Marina Viana e João Santos. Os ingressos estão à venda na  Sympla.

Amigos celebram

Entre os convidados da websérie, está o radialista Tutti Maravilha, grande amigo de Teuda. “Reviver histórias que vivemos juntos, encontrar e estar com Teuda Bara é tudo de bom. Sempre é um momento iluminado. Ela é uma pessoa iluminada, minha amiga querida. Foi um prazer participar deste filme, produzido pelo Galpão. Salve, salve, salve, Teuda Bara”.

Para o professor de filosofia Bebeto Horta, amigo de Teuda desde 1966, “estar com a Teuda é sempre um grande prazer. Somos vidas misturadas, mesmo. Então, a gente vai lembrando, em circunstâncias sempre divertidas. Histórias do pessoal da família dela, por exemplo, sempre acompanhamos, também. Além de tudo o que contei no quadro, existe alguma coisa no livro Comunista demais pra ser chacrete. Ainda hoje, falei com ela, e ter notícias dela sempre tem importância pra gente”.

Inês Peixoto comenta que “Teuda é, realmente, uma caixinha de surpresas! E um baú de histórias! Participar da websérie ‘Tá Lembrada, Teuda?’ foi delicioso e emocionante. Conectar tantas décadas, tantas pessoas, por meio dos casos de Teuda, nos trouxe a oportunidade de reviver momentos muito especiais da história do teatro e da vida dessa mulher incrível”.

“Falar sobre a Teuda é uma delícia. Histórias que foram deliciosas de serem vividas com ela. Outras histórias só ficam divertidas com distanciamento ao longo do tempo porque foram pepinos imensos que a Teuda criou pra gente. Teuda é um baú de acontecimentos. Convivo com ela há muitos anos, e todo dia tem uma coisa nova que a gente não sabia. Assistam. Vai ser ótimo!”, convoca Chico Pelúcio, ator do Grupo Galpão e diretor do Galpão Cine Horto.

Sobre Teuda Bara

Teuda Bara nasceu em Belo Horizonte, em 1941. Filha do major do corpo de bombeiros Augusto Mário França Fernandes, que criara toda a família tocando trombone de vara, e de Helena Magalhães Fernandes, enfermeira, cantora e parodista, Teuda nunca frequentou nenhum curso de formação teatral. Aos 30 anos, Teuda estudava Ciências Sociais, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde fazia teatro-jornal, junto ao Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. No terceiro ano, abandonou o curso e iniciou seu trabalho com o diretor Eid Ribeiro. Depois de fundar o grupo “Fulias Bananas” e de assistir à apresentação belo-horizontina de “Ensaio Geral do Carnaval do Povo”, seguiu a São Paulo, para trabalhar com o diretor José Celso Martinez Corrêa. Um ano depois, retornou a Belo Horizonte, inscrevendo-se, no início de 1981, naquilo que seria o berço em que se formaria o Galpão: a oficina de teatro dirigida por dois membros do Teatro Livre de Munique, George Froscher e Kurt Bildstein. Atriz e fundadora do Grupo Galpão, Teuda Bara atuou na maior parte dos espetáculos do grupo. No início dos anos 2000, viveu entre Montreal e Las Vegas para, a convite do renomado diretor Robert Lepage, participar do espetáculo “K.Á.”,do Cirque Du Soleil. De volta ao Brasil em 2007, retomou sua carreira por palcos e ruas brasileiros, ao lado do Galpão. Estreou, em 2015, a peça “Doida”, produção independente, que ela própria encabeçou, e na qual divide a cena com seu filho caçula, Admar Fernandes. No cinema, atuou em filmes como “O Palhaço”, de Selton Mello, “La Playa D.C.” (produção franco-colombiana), de Juan Andrés Arango, e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira (representante brasileiro no Festival de Berlim em 2017). Pelo curta “Ângela” (2019), da cineasta mineira Marília Nogueira, foi premiada no Festival de Brasília com o troféu Candango de Melhor Atriz. Em 2019, Teuda estreou o solo “LUTA”, de caráter biográfico e com direção e dramaturgia de Cléo Magalhães, Marina Viana e João Santos. Realizou, a convite do Sesc São Paulo, o espetáculo virtual “Queria Teatro” (2020, segunda parceria com seu filho Admar Fernandes) e integrou o elenco do longa “O lodo”, de Helvécio Ratton. Em 2023, participou do filme “As Órfãs da Rainha”, com direção de Elza Cataldo. Recentemente, foi lançado o curta-metragem “Ressaca”, com direção de Pedro Estada, estrelado por Teuda Bara e baseado no livro Teuda Bara: comunista demais para ser chacrete. Na televisão, destacam-se suas participações na novela “Meu Pedacinho de Chão”, de Luiz Fernando Carvalho, e na série “A Vila”, com Paulo Gustavo.

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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