Rapidinhas Teatrais: Ilha Deserta, Ray Charles, Lucélia Santos, Kadu Moliterno, Grace Gianoukas, Danielle Winits, drags e muito mais!
Miguel Arcanjo conta as novidades mais quentes do teatro em São Paulo!
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Todos os sentidos
Quem nunca sonhou em largar seu trabalho e partir para uma nova vida? O espetáculo argentino Ilha Deserta, do Grupo Ojcuro com texto de Roberto Arlt e sob direção de Mateo Terrile, fala justamente disso. A obra anda fazendo sucesso no Espaço Elevador, em São Paulo, com os estímulos sensoriais do teatro cego. A temporada entra na reta final, com sessões até 27 de outubro, aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. Vai, gente.
Ray é rei
A vida de Ray Charles (1930-2004) é foco do espetáculo Ray – Você Não Me Conhece, com texto e direção de Rodrigo Portella. Idealizado por Felipe Heráclito Lima, a obra homenageia o artista que uniu R&B, soul, jazz e gospel. O elenco é formado por César Mello, Sidney Santiago Kuanza, Abrahão Costa, Luiz Otávio, Flávio Bauraqui, Leticia Soares, Luci Salutes, Lu Vieira, Roberta Ribeiro, e pelas crianças Caio Santos e Victor Morais. Estreia em 1º de novembro, no Teatro B32, onde fica em cartaz até 14 de dezembro, em São Paulo. Já tem gente se matando por um ingresso!
Retorno aos tablados
A grande atriz Lucélia Santos volta aos palcos como a lendária personagem Madame Clessy da peça Vestido de Noiva, sob direção de Helena Ignez. Uma das maiores obras da dramaturgia brasileira, a peça escrita por Nelson Rodrigues entra em cartaz no Sesc Consolação, em São Paulo, em 25 de outubro. Fica por lá até 8 de dezembro. Nelson é clássico.
Volta aos palcos
O ator Kadu Moliterno volta ao teatro após dez anos em O Futuro da Humanidade, peça baseada em texto de Augusto Cury, adaptado pelo próprio ao lado de Ingrid Zavarezzi. “Estar nessa peça de Augusto Cury, com direção de Rogério Fabiano, é um presente aos meus 53 anos de carreira” conta Kadu. Ele está ao lado dos atores Pedro Pilar, Thalita Drodowsky, Renato Scarpin, Silvana França e Rodrigo Banks. Será única apresentação em 20 de novembro, no Teatro Bor, na Vila Mariana, em São Paulo. Corra, Lola, corra!
Dercy outra vez
Depois de perambular por Dubai, a premiada atriz Grace Gianoukas já está de volta aos palcos paulistas. Neste fim de semana, dias 19 e 20/10, seu solo Nasci pra ser Dercy faz duas apresentações no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto, em São José do Rio Preto. A peça é sucesso por onde passa.
Atendendo a pedidos
A Cia. Extemporânea volta em nova temporada do concorridíssimo espetáculo Rei Lear, de William Shakespeare, adaptado por João Mostazo, e com drags no elenco. A nova temporada é grátis no Teatro Arthur Azevedo de 31 de outubro a 3 de novembro. A montagem tem direção de Ines Bushatsky e traz no elenco Alexia Twister, Antonia Pethit, DaCota Monteiro, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores e Xaniqua Laquisha. Os ingressos vão acabar num piscar de olhos.
Narrativas indígenas
Com a proposta de incentivar autores indígenas e fortalecer sua participação no audiovisual, o processo seletivo para a primeira edição do ARUPEMBA – Laboratório de Ficções Indígenas, coordenado e concebido pela roteirista e diretora de cinema Karkará Tunga e realizado pelo projeto Marieta, tem suas inscrições abertas até o dia 10 de novembro. Trata-se de um curso online, intensivo e gratuito de escrita de roteiro, no qual os criadores farão um roteiro de um curta. Os 16 encontros do laboratório são todos online, de 21 de janeiro a 20 de março de 2025, às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h. Os selecionados ganham bolsa de R$700. Para participar do processo seletivo, é preciso preencher o formulário online. Está esperando o quê?
Amor bandido
O que leva uma dona de casa a se corresponder com um serial killer? Com texto de Nanna de Castro, direção de Bruno Kott, e atuação de Chica Portugal, o espetáculo Cartas da Prisão faz temporada no Sesc Pompeia, em São Paulo, de 5 a 15 de novembro. Estão todos convidados.
À espera do amante
Uma mulher solitária à espera do amante é a personagem de Mariana Loureiro no solo Sonhos Roubados, com dramaturgia de Zé Pereira, em colaboração com a própria atriz. O espetáculo estreia no projeto Teatro Mínimo, do Sesc Ipiranga, no dia 25 de outubro, e segue em cartaz no auditório da unidade até 7 de novembro, com apresentações às sextas-feiras, às 21h30; e aos sábados, domingos e feriado, às 18h30. Recado dado.
Tennessee raro
Com uma abordagem muito à frente de seu tempo para pautas como a misoginia, a homofobia e o racismo, o conto Por que Desdêmona Amava o Mouro?, do gênio norte-americano Tennessee Williams (1911-1983), foi publicado apenas em 2019 graças ao professor, dramaturgo e diretor estadunidense Tom Mitchell, que também adaptou a obra para o teatro. Agora, o público brasileiro pode conferir a versão inédita da peça, com direção de Noemi Marinho, no Sesc Santo Amaro até 17 de novembro, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos e feriados, às 18h. O texto tem tradução de David Medeiros e Luis Marcio Arnaut, que idealizou a montagem ao lado da atriz Camila dos Anjos, profunda pesquisadora da obra de Williams, e do ator Alfredo Tambeiro. Ainda está no elenco Matilde Mateus Menezes. Turma boa reunida.
Mania de estrela
Estrelada por Danielle Winits, André Gonçalves, Claudia Ohana, Riba Carlovich, Maria Helena Chira, Carolina Stofella e Miguel Menezzes, a comédia teatral TOC TOC tem feito sucesso no histórico Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. O texto é de Laurent Baffie. A direção é de Alexandre Reinecke. A temporada vai até 16 de dezembro, sexta e sábado, 21h, e domingo, 18h. A peça tem uma abordagem bem-humorada e sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Você tem também?
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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