★★★★ Crítica: O Que Tem na Cozinha sensibiliza sentidos e afetos ao misturar sabores e teatro

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
★★★★
O QUE TEM NA COZINHA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Se você tiver vontade de experimentar uma saída diferente e ver um espetáculo fora do convencional, corra para assistir à peça O Que Tem na Cozinha, que está fazendo um sucesso danado no charmoso restaurante MoDi Giardino, em Perdizes, São Paulo. É uma verdadeira experiência repleta de sensações e sabores que acontece durante a apreciação de uma delicada encenação teatral, sob sofisticada direção de Dani Angelotti, que também idealizou a peça e construiu a dramaturgia ao lado do jornalista e escritor Dirceu Alves Jr. A partir de histórias verídicas, o solo traz o ator Eduardo Estrela, que imprime minuciosa construção de diferentes personagens que mostram suas relações de amor e de afeto com o cozinhar, essa atividade tão ancestral e tão fundamental para a sobrevivência humana. E o mais saboroso é que, enquanto você vai vendo o denserolar das cenas e conhecendo os adoráveis personagens, os pratos vão sendo servidos em sua mesa, todos cuidadosamente elaborados pelo chef Diogo Silveira. Cada comida combina com a parte da história que está sendo apresentada. Aos amantes de um bom vinho, fica a dica: é o que melhor harmoniza. O Que Tem na Cozinha é um dos espetáculos mais inventivos e sensíveis da temporada, ao inserir o paladar como um dos principais sentidos na apreciação teatral, com todas as memórias e afetos que dele sempre emanam.
★★★★
O QUE TEM NA COZINHA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Quartas e quintas, 20h. No MoDi Giardino – Rua Dr. Cândido Espinheira, 431, Perdizes, São Paulo. Até 14/11/2024. Ingressos na Sympla.
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Os atos de O QUE TEM NA COZINHA
1º Ato – Olfato
No começo do espetáculo, o ator Eduardo Estrela lembra dos aromas da sua casa de infância e relata como se apaixonou pela gastronomia, conectando lembranças afetivas ligadas à sua mãe e sua experiência como dono de restaurante.
2º Ato – Audição
Nesse ato Eduardo se transforma em um apresentador, como os desses programas gastronômicos de televisão, e através de brincadeiras ressalta experiências auditivas, como por exemplo, a habilidade de perceber o ponto certo de cozimento do arroz pelo som da panela, por fim, ainda convida o público para uma experiência gustativa surpresa.
3º Ato – Paladar
A cena se converte em uma cozinha, que representa mudanças e descobertas por sabores ainda não explorados. Após mais de três décadas trabalhando em casas e cozinhas de diversos restaurantes um cozinheiro vindo para São Paulo percebe o quanto essas descobertas mudaram e conduziram a sua vida.
4º Ato – Visão
A cena se desdobra em uma cozinha afetiva onde Eduardo retrata uma mãe que recebe os filhos e netos em sua casa todo final de semana. Enquanto prepara uma massa conta sobre sua história e o sobre cuidado que tem com cada ingrediente e com a apresentação de cada prato, deixando tudo lindo pois como diz o ditado, comer começa com os olhos.
5º Ato – Tato
No último ato, Eduardo volta a ser o ator e conta o que o instigou a fazer esse espetáculo que faz um paralelo entre teatro e gastronomia.
Eduardo diz: “Um dia vi um chef francês que ao perder uma estrela no guia Michelin, disse: “A cozinha é um ambiente com uma grande pressão. Qual outra profissão liberal aceitaria ser constantemente avaliada?”. Na hora eu pensei – o Ator!” Assim o ultimo ato compara a experiência teatral tanto do ator como do público com a experiência gastronômica do Chef e do cliente e utiliza o sentido do tato como metáfora para conduzir as relações afetivas nesses dois universos.





Ficha Técnica:
Dramaturgia: Dirceu Alves Jr e Dani Angelotti.
Direção: Dani Angelotti.
Atuação: Eduardo Estrela.
Coordenação Artística: Alejandro Huerta.
Produção: Camila Bueno e Marcela Bueno.
Assistente de Produção: Dairzey Abnara.
Designer e Fotografia: Camila Bueno.
Assessoria e Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.
Assessoria preparação corporal: Roberto Alencar.
Assessoria manipulação de bonecos: Rubinho Louzada.
Idealização: Dani Angelotti
Realização: Cubo Produções
Restaurante Modi Giardino:
Chef: Diogo Silveira.
Sommelier e organização: Cecilia Spitaletti.
Gerência: Marcela Bueno.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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