Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial a Carancas, Minas Gerais*
A charmosa cidade de Carrancas, situada no coração de Minas Gerais na região do Campo das Vertentes, é um destino encantador que oferece uma combinação perfeita de natureza exuberante, cultura secular, aventura, mas também de maturados sabores da gastronomia mineira.
Conhecida por suas paisagens de montanhas, cachoeiras e formações rochosas impressionantes, a cidade se tornou point para os amantes de turismo ecológico e das atividades ao ar livre. Mas, recentemente, tornou-se lugar certeiro para apreciadores da boa gastronomia mineira e, sobretudo, do novo queridinho por lá, o Queijo Minas Artesanal, recentemente considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pelo Unesco, produzido nas fazendas de seus arredores.
Queijo Minas Artesanal Bicas da Serra
Uma dessas fazendas é a sede da Queijo Minas Artesanal Bicas da Serra, comandada pelo simpático José Orlando, que também possui o Armazém Bicas da Serra, no centro de Carrancas, bem atrás da Igreja Matriz, para vender sua produção exclusiva de queijos maturados, além de cachaças, doces e compotas.
Nascido em Carrancas, José Orlando Ferreira Júnior produz Queijo Minas Artesanal desde 2011 em sua propriedade, a Fazenda Santo Antonio do Categeró, na área rural do município, promovendo um resgate da tradição da família, sempre com muito respeito ao gado e ao meio ambiente.
A convite da Secretaria de Cultura e Turismo do Governo de Minas Gerais, o Blog do Arcanjo enfrentou cerca de 40 km de estrada de terra para chegar até lá, onde fomos recebidos pela hospitalidade ímpar de seu proprietário.
Mas, por que o nome Bicas da Serra? Ele explica: “Somos circundados por montanhas, onde há várias quedas de água de bica, de até 50 metros de queda livre. Por isso o nome Bicas da Serra”.
Já são mais de 12 anos em que José Orlando pensa em queijo o dia inteiro, sete dias por semana. “Eu entrei na atividade porque meus avós e pais já faziam esse queijo, quando ainda era chamado queijo catiara, porque ainda não tinha o nome Queijo Minas Artesanal. Em 2008, fiz um curso de QMA (Queijo Minas Artesanal) na Emater. E, em 2011, construí a queijaria para regatar o que meus pais e avós faziam”, conta, satisfeito.
José Orlando tira de 180 a 200 litros por dia de suas bem cuidadas vacas para fazer o queijo. “Eu faço o queijo só o com o leite da manhã, cuja ordenha começa às 6h. Eu não faço com o queijo da ordenha da tarde, das 15h, porque é um queijo muito gorduroso, com aquele creme amarelo que é pura manteiga. O leite da tarde eu mando para o laticícino, para a indústria”, diz.
José Orlando conta que o Queijo Minas Artesanal surgiu de forma natural na região. “Antes, você tinha o gado e tirava o leite para fazer queijo apenas para a família, uma quitanda, porque não tinha como fazer muito por conta da dificuldade de escoar essa produção e de armazenamento. As indústrias de laticínio só chegaram nas últimas décadas”, rememora.
O produtor conta que fazer queijo “é um serviço de segunda a segunda” e que encontra muita dificuldade de encontrar mão de obra para a fazenda nos tempos atuais.
Outra coisa que não abre mão é de ter animais bem cuidados. “É preciso ter cuidado com o gado e com o bem estar animal. Para mim, uma vaca é como na Índia, tem de respeitar muito. Ela te dá o leite, o queijo, o bezerro… Como você vai cuidar mal de um animal desses que te dá tanta coisa? Tem de tratar ele bem”, ensina.
José Orlando é minucioso nos cuidados com higiene, animais e colaboradores, para que seu queijo tenha todos os certificados sanitários necessários. Ele ainda revela um segredo para queijos tão saborosos. “Procuro diversificar as cruzas para ter vários tipos de leite, é um gado que trabalho há mais de 20 anos. Também é preciso ter vários tipos de pasto, para que gado tenha uma variedade de alimentos, o que ajuda na saúde dos animais e na qualidade do queijo”, conta.
Hoje um dos produtores mais respeitados de Queijo Minas Artesanal, não foi da noite para o dia que José Orlando obteve sucesso. “Quando comecei tive muita dificuldade na distribuição”, recorda. “Apanhei muito e quase desisti de fazer. Aí fui entender da maturação. Antes, eu jogava fora quando desenvolvia o fungo, achava que o mofo estava estragado e jogava o queijo fora”, lembra.
Tudo mudou com a visita de uma estrangeira à sua fazenda. “Teve um festival gastronômico em Carrancas, e uma francesa, cujo pai produzia queijo de cabra, entrou na queijaria. Eu estava mostrando os amarelinhos e esqueci de tirar os que estavam com fungo. Quando ela viu o queijo ‘mofado’ no canto, ela falou que queria eles mesmo para levar para a França, os ‘os mais azuis possíveis’. Aí, eu pensei, se ela come, eu também vou comer [risos]. Aí experimente e vi que era muito saboroso”, lembra. A partir disso, ele viu que o que achava que não prestava era justamente o contrário, eram os queijos mais refinados. “Aí fui fazer cursos de maturação, para entender como maturar o queijo e fiz curso até na França”.
Na produção diária, José Orlando desenvolveu técnicas pessoais de manejo com o queijo. Incluindo aí um diálogo sensível com o alimento.
O queijo conversa contigo. Ele diz: ‘hoje eu fico quieto, hoje você me lava, hoje você me deixa para desenvolver o fungo’, é uma coisa meio de doido, mas é o que eu sinto quando estou lá fazendo queijo dentro da queijaria.
José Orlando Ferreira Jr.
Produtor do Queijo Minas Artesanal Bicas da Serra
Segundo José Orlando, O IMA – Instituto Mineiro de Agropecuária, exige 22 dias de maturação do Queijo Minas Artesanal, no Campo das Vertentes, para segurança alimentar. “Na Serra da Canastra e no Serro é 15 dias, mas a maioria é 22 dias”, diz. “Eu já ganhei muitos prêmios como o meu queijo desde 2017, quando comecei a participar dos concursos. Já ganhei prata e ouro aqui em Minas, ouro em São Paulo, dois prêmios na França… Dos cinco últimos concursos, ganhei quatro”, comemora.
No intuito de sempre evoluir fez em 2017 os cursos de cura da SertãoBras com Hervé Mons, Débora Pereira e Delphine Ghéant, em São Paulo e Belo Horizonte. Em 2019, participou do Mundial do Queijo da França em Tours e fez a formação intensiva Immersion em Affinage da Mons Formation.
Para manter a qualidade, José Orlando não quer aumentar a produção. “Você tem de ter noção do que está fazendo”, ensina. Ele produz uma média de 15 queijos por dia, cerca de 450 queijos por mês.
“Comecei vendendo queijo para São Paulo e depois em Belo Horizonte, Tiradentes, Lavras. Hoje, estou mais focado em Minas Gerais. Também montei a loja no centro de Carrancas, atrás da igreja, o Armazém Bicas da Serra, onde atendo turistas e a população de Carrancas, com um preço diferenciado”, avisa.
O reconhecimento da Unesco do Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal é muito bacana para todos nós produtores de Queijo Minas Artesanal, porque é uma tradição de mais de 200 anos aqui na região do Campo das Vertentes. É um reconhecimento fantástico, que vai divulgar muito o nosso queijo, que agora é visto com outros olhos, enxergado de uma outra forma.
José Orlando Ferreira Jr.
Produtor do Queijo Minas Artesanal Bicas da Serra
Armazém Bicas da Serra R. Elson Teixeira de Andrade, 11, Carrancas – MG
@bicasdaserraqueijo
*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da Secretaria de Cultura e Turismo do Governo de Minas Gerais. Agradecimento: Casa Cult MG, Visite Minas Gerais, Leônidas Oliveira, João Michel Ferrabbiamo, Daiany Durães e Fernanda Lima Lopes.
DESTINO CARRANCAS, MINAS GERAIS
Destino imperdível em Minas Gerais com suas inúmeras cachoeiras, boa hospitalidade e alta gastronomia mineira, a cidade de Carrancas, na região do Campo das Vertentes, está a 278 km de Belo Horizonte, 443 km de São Paulo e 417 do Rio de Janeiro.
Dentro dos marcos da Estrada Real, a cidade foi fundada em meio ao ciclo do ouro e as viagens desde Parati trouxeram bandeirantes e as suas famílias, que criaram um povoado. Eram paulistas da capital e de Taubaté que por volta de 1720 encontraram-se às margens do Rio Grande em Minas Gerais. Em 1721 foi edificada uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição ficando então conhecido o lugar como Nossa Senhora do Rio Grande.
Pouco a pouco o povoado cresceu e agricultura se desenvolveu até elevação à freguesia em 1736, atraindo mais moradores. As escavações feitas pelos novos garimpeiros na serra associadas a duas grandes rochas lá existentes, formavam para quem as via de longe fisionomias semelhantes às de duas caras, por isso, a cidade ganhou o nome de Carrancas.
De lá para cá, muitos outros nomes surgiram, como, Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, Carrancas de baixo, Carrancas de Cá e finalmente Carrancas. Por ironia, propriamente no município não fora encontrado ouro em quantidade economicamente viável mas sim na região próxima aos municípios vizinhos de São João del Rei, Tiradentes e Lavras.
Finda a febre pelo ouro, a cidade encontrou em sua beleza natural seu grande atrativo, sendo chamada de Carrancas, a Terra das Cachoeiras, querida pelos trilheiros e amantes das águas doces. Outro charme é a hospitalidade de sua gente e boa infra-estrutura para receber os visitantes, desde pousos variados, com pequenas pousadas, a hotéis-fazenda que propiciam ao visitante a verdadeira vida do interior, com direito a ordenha e passeios a cavalo.
Uma das mais importantes fontes de renda do município é a pecuária de corte e de leite, juntamente com a produção de cachaça, café, cana, eucalipto, milho, queijo, mandioca, feijão, arroz e artesanato. Outro ponto forte é a religiosidade: a fé do povo de Carrancas chama atenção, tanto que o carnaval de festa na cidade acontece duas semanas antes do oficial, o chamado CARNAVAL ANTECIPADO. Depois, enquanto o Brasil inteiro cai na folia, os homens de Carrancas se reúnem em retiro espiritual e a cidade é entregue à paz de quem procura descanso.
Carrancas reúne, em um só lugar, tudo que o amante da natureza e da história de nossa gente pode querer, um lugar bucólico, em que o antigo e novo se misturam, emoldurados por mais de 110 atrações naturais, entre serras, grutas, poços e cachoeiras. A cada trilha, uma paisagem nova deságua aos olhos dos turistas que são sempre bem recebidos pelos moradores.
A mesa sempre farta é apenas uma desculpa para o que o carranquense mais gosta de fazer, prosear, seja nos bares, nas ruas, nos próprios atrativos naturais ou em uma das 25 pousadas, hotéis e fazendas que servem de pouso para os visitantes. Carrancas atrai pela religiosidade, pela simplicidade e pela fartura de verde e o som das águas, que está em todos os lugares.
Cachoeiras de Carrancas, Minas Gerais
Além do queijo, uma das principais atrações de Carrancas são suas cachoeiras. Que tal se energizar com águas cristalinas que caem de alturas deslumbrantes? O Blog do Arcanjo lista as principais cachoeiras da região, com suas características únicas.
Cachoeira da Fumaça
Uma das mais famosas de Carrancas e seu cartão-postal, a Cachoeira da Fumaça se destaca por sua altura e pela névoa que se forma com a queda d’água. Com uma trilha acessível, é ideal para quem busca um passeio em meio à natureza, onde o som da água e a vegetação exuberante proporcionam uma experiência revigorante. Nesta cachoeira o banho, por conta das águas serem traiçoeiras, o banho não é recomedável.
Cachoeira Véu de Noiva
Parte do Complexo da Cachoeira da Fumaça, a Cachoeira Véu de Niva tem uma pequena trilha de fácil acesso e conta com uma queda de 40 metros, que desemboca em um poço seguro para banho rodeado pela vegetação que mistura cerrado e mata atlântica. O segredo é ir pela manhã para passar o dia e voltar revigorado.
Onde comer em Carrancas, Minas Gerais
Magia da Terra – Restaurante e Armazém
Rua Floriano Peixoto 65 – Centro, Carrancas, Minas Gerais. Tel. (35) 99139-4869.
A pedida inconfundível para a hora do almoço é o Magia da Terra, que tem a fartura da comida mineira servida em fogão à lenha, além de doces deliciosos e caseiros na sobremsa. Em um amplo salão com pé-direito alto, o público fica em um ambiente aconchegante com aquele clima inconfundível de interior de Minas Gerais.
Siga: @magiadaterracarrancas
Restaurante Virada do Largo e Buffet Sabores de Minas
Com uma pegada mais sofisticada, a começar da excelente trilha sonora, o restaurante Virada do Largo fica próximo à Igreja da Matriz de Carrancas e oferece uma gastronomia sofisticada e farta, com a mistura da boa gastronomia mineira à releituras da gastronomia internacional. O casarão histórico bem como seu jardim são belíssicos e finamente decorados. Já o Buffet Sabores de Minas oferece a fartura da gastronomia mineira a grupos, eventos e festas.
Virada do Largo – R. Elson Teixeira De Andrade, 502, Carrancas, Minas Gerais. Tel. (35) 99819-6009.
Agência de turismo e passeios em Carrancas, Minas Gerais
Poliana Turismo
Rua Padre Toledo, 218, Carrancas, Minas Gerais. Tel. (35) 3327-1022.
A Poliana Turismo é a maior especialista em Carrancas, Minas Gerais, e a que melhor assessora o turista na cidade, com uma equipe de condutores locais e serviços de transfer em carros 4×4 com conforto e segurança. Atuante desde 2001, foi a responsável por assessora a equipe da novela Império, de Aguinaldo Silva na Globo, que gravou nas montanhas da região com os atores Alexandre Nero e Marina Ruy Barbosa. A agência oferece passeios tradicionais, alternativos e diferenciados, feitos por equipe que inclui engenheiro florestal, furismóloga e historiador, com foco na flora, fauna e cultura local. Uma das novidades é o projeto Passarinhar Carrancas, no qual a Poliana Turismo se une aos ornitólogos Kassius Santos e Vitor Torga em um roteiro especial para observação das aves na cidade e seus arredores.
Siga: @polianaturismo @passarinhar.carrancas e @tonatrilha
Onde se hospedar em Carrancas, Minas Gerais
Pousada Além das Formas
Endereço: 23 Rod. MG 451, s/n Zona Rural, Carrancas – MG. Tel. (35) 3327 1253 e (35) 99122 9122 pousada@alemdasformas.com.br
Que tal ficar próximo ao centro de carrancas, mas completamente mergulhado na natureza e ver todas as estrelas do céu à noite? A Pousada Além das Formas reúne a beleza, o requinte e o conforto de seus chalés à simplicidade e tranquilidade das serras de Carrancas. Com uma bela vista para a serra, está localizada a 100 metros da Cachoeira do Moinho, à qual dá para ir à pé em uma trilha de fácil acesso. É um local ideal para descanso, contemplação, meditação e, ao mesmo tempo, referência em hospedagem. A pousada é inspirada na mais pura tradição da “Árvore da Vida” sob os preceitos da sabedoria hebraica. Atualmente conta com 15 suítes (standard luxo super luxo premium) e um amplo salão para café da manhã, que pode ser usado como auditório, local para meditação e práticas bioenergéticas. Para lazer, ainda há área para churrasco (com agendamento), salão de jogos, duas quadras de areia e mais de 6 mil metros de jardins – tropicais e rochosos – para contemplação. Um rico pomar com as mais diversas e saborosas frutas como pitanga, limão, laranja, carambola, manga, maçã, nectarina, nona, goiaba, romã e uva deixa tudo mais saboroso. Além de toda essa riqueza natural, a pousada mantém uma área de preservação de mais de 40.000 m². Com foco no meio ambiente, o lugar utiliza energia solar, amenities orgânicos e veganos, lâmpadas de led, captação da água da chuva, fossa séptica com tratamento anaeróbico e compostagem, além de lixo seletivo e horta orgânica.
Siga: @pousadaalemdasformas
Para ficar com o cheiro de Carrancas, Minas Gerais
Riquezas da Terra
Sabonetes, desodorantes e cremes orgânicos que exalam as melhores fragâncias de Carrancas, em Minas Gerais, e fazem uma reconexão imediata com a natureza, aliviando qualquer estresse. Riquezas da Terra é uma indústria de cosméticos que reflete a exuberânica das serras de Carrancas, em Minas Gerais, em seus produtos com fórmulas exclusivas e que utilizam o que há de melhor em matérias-primas naturais e orgânicas certificadas e com processo de rastreabilidade e produção sustentável. Excelente para presentear ou levar o cheiro de Carrancas com você!
Siga: @riquezasdaterra
Texto e Edição: Miguel Arcanjo Prado
*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da Secretaria de Cultura e Turismo do Governo de Minas Gerais. Agradecimento: Casa Cult MG, Visite Minas Gerais, Leônidas Oliveira, João Michel Ferrabbiamo, Daiany Durães e Fernanda Lima Lopes.
Veja mais matérias da viagem Rota do Queijo Minas Artesanal!
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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