Mostra de Cinema de Tiradentes vai homenagear Bruna Linzmeyer sob tema Que Cinema É Esse?

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O mais charmoso festival de cinema do Brasil já tem data marcada e homenageada escolhida: Bruna Linzmeyer. A 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes abre o calendário audiovisual de 2025, entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro transformando a cidade histórica mineira na capital do cinema brasileiro e em ponto de encontro entre cineastas, críticos, pesquisadores, profissionais do audiovisual e da cultura, acadêmicos, estudantes e espectadores.

São nove dias de programação gratuita e abrangente que apresenta ao público a diversidade da produção audiovisual brasileira em mais de 100 filmes em pré-estreias e mostras temáticas. Mais que exibir filmes, a Mostra Tiradentes oferece um espaço rico e generoso de formação, apreensão e discussão do cinema brasileiro, realiza a Mostrinha de Cinema, Mostra Valores, promove o 28º Seminário do Cinema Brasileiro, o 3º Fórum de Tiradentes, Rodas de Conversa, Programa de Formação, Conexão Brasil CineMundi, Performances, lançamentos de livros, exposições, shows e atrações artísticas. Destaca e premia filmes eleitos pelo Júri Oficial, Júri Jovem e Júri Popular.

A Mostra Tiradentes mantém sua essência como plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo e como espaço de inovações e inquietações na cinematografia nacional, discussões sobre as políticas públicas no audiovisual. A cada edição traz novidades com novas abordagens, sessões temáticas, revela novos talentos, provoca novas discussões e apresenta tendências. Tem uma função de destaque na construção de um panorama contemporâneo do cinema brasileiro, refletindo temas sociais, culturais e estéticos da atualidade”.
Raquel Hallak
coordenadora geral da Mostra de Cinema de Tiradentes.

Que cinema é esse?
A cada edição o esforço da Mostra é mapear um conjunto variado e numeroso de filmes, práticas e ideias, conhecer e reconhecer obras dispersas e diferentes entre si que na maior parte dos casos não viria a público de outro modo que não fosse num espaço de festival. A partir de inquietações relacionadas à multiplicidade de cinemas brasileiros, a curadoria do evento adotou para 2025 a temática “Que cinema é esse?”.
“Existe uma produção numerosa e complexa e é preciso olhar para ela, não só como exercício de contemplação da beleza, do intrigante e da singularidade, mas num esforço de ver e discutir esses filmes, o que, do ponto de vista ético, é contrair responsabilidade pelo que se vê”, afirma Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial. “Não é possível construir um novo audiovisual brasileiro ignorando as experiências que já existem, muitas vezes à margem das políticas públicas e em muitos casos apartadas do mercado”.

Para o curador, a pergunta da temática estimula olhar uma multiplicidade de produções, muitas vezes desconhecidas ou fora do circuito tradicional. “O cinema não é ‘o’ cinema, mas ‘os’ cinemas, compostos por uma dinâmica povoada de olhares, práticas e ideias contrastantes. É necessário preservar e restaurar filmes, fazer pesquisa e crítica, programar obras e formar novos públicos. Tudo isso faz parte do ato de ‘fazer cinema’, mas é preciso também reconhecer as distinções e hierarquias dentro dessa multiplicidade”, diz ele.

Bruna Linzmeyer é homenageada em Tiradentes
Em 2025, a Mostra homenageia a atriz Bruna Linzmeyer, um dos nomes mais representativos de sua geração. Com uma carreira marcada pela coragem e versatilidade, Bruna transita entre o cinema independente e produções televisivas de grande alcance. Nascida em Santa Catarina, começou sua trajetória artística aos 16 anos, quando se mudou para São Paulo para estudar teatro. Estreou na televisão em 2010, na série “Afinal, o que Querem as Mulheres?”, de Luiz Fernando Carvalho, e acumula papéis marcantes em novelas como “Gabriela” (2012), “Amor à Vida” (2013) e “Pantanal” (2022).
No cinema, Bruna tem uma filmografia significativa, com filmes como “Medusa” (2023), de Anita Rocha da Silveira, e “Cidade; Campo” (2024), de Juliana Rojas. Para além dos longas, a sua filmografia chama a atenção por uma substantiva presença de filmes de curta-metragem, coisa rara para uma atriz já consagrada. Ela atuou em “Alfazema”, de Sabrina Fidalgo (2019), “Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui”, de Eri Sarmet (2021, melhor curta da Mostra Foco da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes) e “Se Eu Tô aqui é Por Mistério”, de Clari Ribeiro (2024, selecionado para a Mostra na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes).
A homenagem a Bruna Linzmeyer pela Mostra de Cinema de Tiradentes celebra não apenas sua trajetória como atriz, mas também o engajamento com um cinema inventivo, poético e provocador.
Além da presença de Bruna Linzmeyer, a Mostra vai promover um recorte de títulos com a atriz para ser exibido ao longo do evento em formato presencial e na plataforma online. Dentre os títulos, estão: “O Vento Frio que a Chuva Traz”, Neville d’Almeida; “Baby” (2024), Marcelo Caetano; “Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui” (2021), Eri Sarmet; “Se Eu to Aqui é por Mistério” (2024), Clari Ribeiro; e “Alfazema” (2019), Sabrina Fidalgo.

SOBRE A MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES
PLATAFORMA DE LANÇAMENTO DO CINEMA BRASILEIRO
Maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país e chega a sua 28ª edição de 24 de janeiro a 1º de fevereiro de 2025, em formato online e presencial. Apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais – uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil. O evento exibe mais de filmes brasileiros em pré-estreias nacionais e mostras temáticas, presta homenagem a personalidades do audiovisual, promove seminário, debates, a série Encontro com os filmes, oficinas, Mostrinha de Cinema, Fórum de Tiradentes, Conexão Brasil CineMundi e atrações artísticas. Toda a programação é gratuita. Mais informações www.mostratiradentes.com.br
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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