Enviado especial a Tiradentes, Minas Gerais*
★★★★
BABY
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Felipe Rocha
Crítica por FELIPE ROCHA**
Baby é uma história queer que celebra o amor e as relações afetivas. O segundo longa da carreira do diretor Marcelo Caetano. O longa foi aplaudido de pé na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, sob distribuição da Vitrine Filmes e Dark Side Pictures e Uncork’d Entertainment. Estrelando João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro nos papéis principais, a obra gira em torno de um jovem, Wellington, recém saído da prisão que conhece Ronaldo, um garoto de programa num cinema pornô e formam uma conexão complexa que envolve tensão sexual, paixão, exploração e ciúme. Daí se desenrola um longa que mostra os encontros e desencontros deles. Com locações na capital paulista, sobretudo seu centro, o filme conquista por sua fotografia colorida, sua trilha sonora marcante que traduz as emoções da cena e sua narrativa bem-humorada. João Pedro Mariano é um dos exemplos: está se divertindo bastante na pele de seu protagonista, com uma interpretação descolada e com bastante responsabilidade, conseguindo trazer complexidade e incorporar diversas camadas ao Wellington/Baby.
Em 1h36 min, o êxito de Baby é investir em um enredo clássico, que aposta no melodrama: uma história de amor não tradicional que envolve Wellington e Ronaldo, com direito a cenas de sexo. Chama a atenção a naturalidade que Baby trata a sexualidade humana em cenas que quebram tabus e evidenciam a ousadia e a coragem do filme. O objetivo é justamente mostrar a ambiguidade de sentimentos entre eles.
No entanto, a maior discussão presente aqui é a ideia de família. Baby ressignifica esse conceito ao apresentar famílias homoafetivas. O foco aqui é no amor, é isso que importa, é esse laço que une os seres humanos, não tem nada a ver com orientação sexual, cor, raça ou determinação biológica.
Baby faz uma abordagem totalmente inteligente, magistral e sensível. Marcelo Caetano, desde a primeira cena do filme, chama a atenção para a importância da coletividade e dos afetos e consegue imprimir um retrato visceral das relações humanas.
Talvez o protagonista poderia ter tido uma guinada na sua vida, em meio a tantos desafios que passou em busca da família, mas isso não apaga o brilho de um longa que consolida a genialidade do diretor mineiro ao construir uma história criativa, envolvente e com personagens carismáticos.
★★★★
BABY
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Felipe Rocha
*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da Universo Produção.
**Felipe Rocha é estudante de jornalismo da UFSJ sob supervisão de Miguel Arcanjo Prado.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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