Festival de Curitiba recebe performance de coreógrafo argentino No Estoy Solo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba
Ivan Haidar, um dos mais renomados bailarinos e coreógrafos da Argentina, hipnotizou a plateia da Caixa Cultural Curitiba, na primeira sessão de seu espetáculo “No Estoy Solo”, na noite da última terça-feira (25). Haidar fez sua própria demonstração de arte e presença no palco, explorando as complexas relações entre solidão e companhia.
Antes de começar a performance, o artista se manteve em silêncio e de forma discreta entre o público, invisível até o momento de subir ao palco. Em coletiva de imprensa no Festival de Curitiba, Haidar explicou que essa imersão no público faz parte do processo de sua criação: “Para mim, esse tempinho ajuda. Estar cercado de pessoas, mas sozinho também, cria uma presença necessária para o trabalho.” Sua fala tranquila e fluente em português reflete sua naturalidade com a língua e com o conceito de presença no palco.
A peça, descrita por Haidar como uma “obra aberta”, não busca transmitir uma mensagem fixa, mas sim criar uma janela de reflexão para o público. “Eu gosto de me expor, de ser a matéria da imagem oferecida nessa janela”, disse. A dança, em sua visão, transcende as fronteiras entre performance e expressão corporal, criando um espaço para explorar afetos e relações entre a obra e o espectador.
Durante a coletiva, a produtora e curadora Jimena García Blaya destacou a grave situação da classe artística na Argentina, agravada pelo governo de Javier Millei. “Estamos vivendo tempos de perseguição, não apenas pela falta de financiamento, mas pelo controle sobre o que se pode criar e dizer”, afirmou Jimena, enfatizando a luta pela sobrevivência cultural. Para ela, a crise vai além da economia, representando uma disputa pela liberdade de expressão e pelos espaços conquistados pela arte.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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