Festival de Curitiba tem farto carisma de Milton Cunha

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba
O Festival de Curitiba, um dos maiores eventos culturais do Brasil, teve sua noite de abertura marcada pela presença luminosa de Milton Cunha. Na segunda-feira, 24, o comentarista e pesquisador, conhecido por seu carisma e estilo exuberante, fez sua entrada no Teatro Positivo vestido com um traje de lantejoulas que o destacou entre os 2,4 mil espectadores. Ao final da peça “Os Mambembes”, ele dominou o palco com uma conversa descontraída sobre quitutes e a essência do gim-tônica, encantando a plateia.
Na manhã seguinte, Cunha trocou o glamour da noite anterior por uma roupa estampada igualmente vibrante, e um imponente búzio pendurado no pescoço. Sem sapatos, e com uma xícara de café delicadamente equilibrada entre os dedos, ele se dirigiu à Sala de Imprensa Ney Latorraca, onde, sem rodeios, iniciou um monólogo instigante sobre a geografia urbana e o papel do teatro na sociedade. “Nos teatros, os loucos são colocados, mas no Festival, o teatro invade as ruas, mostrando a beleza que muitas vezes é ofuscada pelas notícias ruins”, afirmou.
Cunha, que dedicou anos ao estudo do Festival de Parintins, comentou sobre a riqueza da cultura popular, desafiando a visão que a marginaliza. “As folias populares refletem a grandeza e as delícias do povo”, disse, enfatizando a complexidade dessas manifestações. Ele também abordou a questão do “lugar de fala”, defendendo que as experiências de vida moldam a relevância das opiniões de cada indivíduo.
Com um olhar crítico, Cunha ressaltou a importância da ancestralidade na cultura brasileira, alertando para a superficialidade de imitações em outros países. “Estamos caminhando para um mundo em que a luta por lugar de fala será cada vez mais evidente”, previu, reafirmando a necessidade de representatividade autêntica nas artes.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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