Festival de Curitiba recebe Denise Di Santos e a magia do Teatro Lambe-Lambe com A Dança do Parto
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba
Denise Di Santos, uma das figuras mais emblemáticas do teatro brasileiro, apresenta no Festival de Curitiba, sua primeira montagem no teatro lambe-lambe, A Dança do Parto, que propõe uma reflexão sobre a vida e o corpo, desafiando tabus sobre a sexualidade e a maternidade. Este tipo de teatro, criado por Denise nos anos 80 junto à parceira Ismine Lima, utiliza pequenas caixas para apresentar espetáculos curtos, com bonecos, objetos ou sombras. Inspirado pelos antigos fotógrafos ambulantes, o teatro lambe-lambe é uma experiência íntima e imersiva, que ganha força na programação do AnimaRua, na sua sétima edição, com apresentações de artistas de diversos estados brasileiros e países da América do Sul.
“A gente estava saindo da ditadura e queria desmistificar a ideia de que as crianças vinham com as cegonhas”, explicou Denise, sobre a criação de A Dança do Parto. “Num equipamento minúsculo, colocamos um pouco de verdade para ser absorvida. O lambe-lambe é também um espaço político, social, não só de entretenimento.” A peça, que aborda temas como o aborto e a gestação, gerou reações emocionantes, como o caso de uma mulher que, após assistir à performance, se sentiu preparada para ter outro filho após uma experiência de aborto recente.
Além da montagem, Denise também ministra a masterclass “Um Troco Trocado: o teatro lambe-lambe como reparação histórica das mulheres”, ressaltando a importância do teatro como ferramenta de reflexão social e histórica. A Mostra AnimaRua, que começou em 2017 com um número reduzido de participantes, continua a ser um espaço vibrante e acolhedor para artistas de rua, oferecendo ingressos no modelo “pague quanto vale” e sempre com a possibilidade de contribuição via QR code para facilitar o pagamento.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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