Festival de Curitiba tem peça que homenageia Garis e traz alegria para as ruas da cidade
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba
A última apresentação de O Gari, espetáculo de rua que cativa plateias diversas, acontece nesta quinta-feira, 27, na Praça Santos Andrade, em Curitiba, às 18h30. O espetáculo, que celebra 10 anos do grupo curitibano Circo Rodado, traz a história de Tropo, um palhaço gari que, com seu carrinho de lixo repleto de itens inusitados, provoca risos e reflexões sobre a vida cotidiana, a democracia e o espaço público.
Criada de forma independente em 2013 pelo ator paulista Mateus “Tropo”, a peça nasceu da admiração de Mateus pelos garis, trabalhadores frequentemente invisíveis à sociedade. Desde sua infância em São José dos Campos, ele cultivava uma amizade com os profissionais da limpeza pública e queria homenageá-los, destacando o papel crucial que desempenham na cidade. “Eles só ganham visibilidade quando lutam por seus direitos”, reflete o ator.
A peça evoluiu em 2017, quando Mateus se juntou ao renomado diretor Ricardo Puccetti para reformular a narrativa. Juntos, trouxeram novos elementos à história de Tropo, um personagem desengonçado, quase mudo, que utiliza seu carrinho de lixo como um verdadeiro baú de surpresas. Entre os truques e improvisações, o espetáculo mistura humor e crítica social, tocando em temas como desigualdade e solidariedade.
Com poucos recursos e muita interação com o público, O Gari se destaca por sua simplicidade e profundidade. O improviso, como quando o vento derruba o guarda-sol do personagem, é parte da magia da rua: um palco sem barreiras, onde todos estão no mesmo nível. O público – de diferentes idades, classes sociais e condições – se une em torno de Tropo, criando um momento único de cumplicidade e reflexão.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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