FIGA quer movimentar teatro nordestino no segundo semestre em Salvador; inscrições estão abertas

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
A Bahia acaba de ganhar um novo festival de artes cênicas: o FIGA – Festival Internacional Gestos de América, que promete um novo capítulo para o teatro do Nordeste no segundo semestre de 2025, entre 1 e 14 de setembro. Mas é um evento que já nasce com experiência prévia, já que o FIGA é o novo nome do antigo Festival Internacional Latino-Americano de Teatro da Bahia, o FilteBahia, com 15 anos de história de profundo diálogo entre os palcos da América Latina.
O FIGA tem foco no teatro do Nordeste e é uma iniciativa do Oco Teatro Laboratório, em colaboração com Carranca Produções Artísticas, Aude Produções e Cardim Projetos e Soluções Integradas. Com a direção artística de Luis Alonso-Aude [foto] e produção geral de Rafael Magalhães, o festival se propõe a ser um espaço de intercâmbio cultural e comercial, promovendo a visibilidade e a valorização das produções teatrais nordestinas e soteropolitanas.
Mercado Internacional de Artes Cênicas
Um dos grandes destaques do FIGA é a introdução de dois Mercados Internacionais de Artes Cênicas, o MITNordeste, patrocinado pela Caixa Econômica Federal por meio da Caixa Cultural Salvador, e o MITSalvador, apoiado pela Prefeitura de Salvador através da Fundação Gregório de Mattos. Ambos têm como objetivo fortalecer a produção teatral do Nordeste brasileiro. Essa é a primeira vez que um evento dessa magnitude abre espaço para que produções da região possam apresentar e negociar suas obras diretamente com programadores e curadores nacionais e internacionais.

Seleção de produções
Para sua edição inaugural, o FIGA selecionará 9 produções nordestinas e 7 produções de Salvador, além de oferecer oportunidades para 40 grupos durante showcases e Rodadas de Negócio. Essas rodadas contarão com a presença de pelo menos 30 programadores e curadores internacionais, criando um ambiente fértil para o intercâmbio cultural e a comercialização de obras.
A curadoria do festival é composta por profissionais do setor, como Ciane Fernandes, Tiago Romero, João Paulo Lima e Patrick Campbell, que têm experiência significativa nas artes cênicas brasileiras e que trarão suas visões e expertises para selecionar as produções mais representativas e inovadoras.
Além disso, os selecionados participarão de um curso de internacionalização das artes cênicas, ministrado pelo artista e produtor cultural Fernando Zugno, ampliando suas habilidades e conhecimentos sobre o mercado global.
O nome FIGA, além de sua forte simbologia baiana de proteção contra maus agouros, reflete a essência dos gestos culturais que permeiam todo o continente americano. Em um contexto em que a cultura é muitas vezes dominada por narrativas hegemônicas, o festival se propõe a valorizar as vozes autênticas e os discursos legítimos que emergem das diversas realidades latino-americanas, promovendo um exercício decolonial que celebra a identidade cultural do continente.
As inscrições para participar do FIGA estão abertas de 8 a 20 de abril, oferecendo uma oportunidade única para artistas e grupos teatrais que desejam ser parte desta nova era de celebração cultural. Com a promessa de enriquecer o cenário das artes cênicas na Bahia e no Brasil, o FIGA se apresenta como um evento que não apenas reúne talentos, mas que também reafirma a importância da diversidade e da resistência cultural em um mundo globalizado.
Inscrições
As inscrições para o FIGA – Festival Internacional Gestos de América estão abertas de 8 a 20 de abril de 2025. Interessados podem se inscrever para apresentações teatrais, showcases e Rodadas de Negócio.Mais informações: www.gestosdeamerica.com
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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