Saiba 25 curiosidades históricas do Festival de Curitiba

Teatro Ópera de Arame foi inaugurado na primeira edição do Festival de Curitiba, em 1992 – Foto: Orlando Kissner/SMCS/Divulgação
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Começa nesta terça (22) o maior evento cênico do Brasil: o Festival de Teatro de Curitiba, que chega à sua 25ª edição. Até 3 de abril, a capital paranaense recebe mais de 350 espetáculos, com expectativa de atrair 220 mil espectadores em 13 dias. Mais antigo do País em sua área, o Festival de Curitiba tem muita história para contar. Selecionamos 25 curiosidades que você precisa saber.
1 – A primeira edição foi realizada em 1992, quando a peça Sonhos de Uma Noite de Verão, de Cacá Rosset, inaugurou a Ópera de Arame, hoje grande cartão postal curitibano. O evento foi idealizado por Leandro Knopfholz e Carlos Eduardo Bittencourt. A primeira edição ainda teve participação de José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, e Antunes Filho.
2 – Em 1993, a Catedral Basílica de Curitiba virou palco de um espetáculo pela primeira vez. Negociações com a Igreja Católica permitiram que o Teatro da Vertigem ocupasse o templo com sua peça O Paraíso Perdido, dirigida por Antonio Araújo.

Em 1993, Catedral Basílica de Curitiba foi cenário da peça O Paraíso Perdido, do Teatro da Vertigem – Foto: Divulgação
3 – Malu Mader causou frenesi no ano de 1994 ao atuar no classico de Nelson Rodrigues Vestido de Noiva. No mesmo ano, Gerald Thomas e Denise Stoklos também foram sensação em Curitiba.
4 – A primeira peça norte-americana a se apresentar no Festival de Curitiba foi Slapstik, em 1995.

Gerald Thomas: primeira peça produzida em parceria com o Festival de Curitiba, em 1996: Nowhere Man – Foto: Divulgação
5 – O ano de 1996 marcou a primeira peça produzida pelo próprio Festival de Curitiba: Nowhere Man, de Gerald Thomas.
6 – Uma feira de negócios para o teatro marcou a edição de 1997, assim como o experimento Aquariofobia, uma casa de vidro instalada na praça Santos Andrade, precursor dos realities de confinamento.
7 – O ano de 1998 marca o nascimento do Fringe, a mostra paralela livre de curadoria.
8 – Paulo Autran brilha com O Crime do Dr. Alvarenga, de Mauro Rasi, em 1999, mesmo ano em que Raul Cortez apresenta Um Certo Olhar Pessoa Lorca.

Drica Moraes, Paulo Autran e Marilu Bueno em O Crime do Dr. Alvarenga: sucesso em 1999 – Foto: Divulgação
9 – Mais uma vez o Teatro da Vertigem causa frisson em Curitiba em 2000, desta vez com Apocalipse I, II.
10 – Em 2001, pela primeira vez o Festival de Curitiba atinge a marca de 100 mil espectadores, tornando-se um dos maiores do mundo.
11 – Maria Alice Vergueiro conquista a crítica em 2002 com Mãe Coragem e Seus Filhos.
12 – O ano de 2003 marcou o sucesso de A Prova, peça dirigida por Aderbal Freire-Filho com Daniel Dantas e Andréa Beltrão.
13 – O Risorama, a mostra de stand-up, é inaugurada em 2004, reunindo pela primeira vez os expoentes do gênero em todo o Brasil, nomes que virariam estrelas nacionais nos próximos anos.
14 – Antunes Fillho marca presença em Curitiba com sua peça Foi Carmen Miranda, em 2005. No mesmo ano a peça Por Elise chama a atenção da crítica no Fringe e lança a mineira Grace Passô ao estrelato teatral.
15 – O Grupo Galpão encena Um Homem É Um Homem, de Bertolt Brecht, em 2006.
16 – A temática negra invade Curitiba em 2007 com Besouro Cordão-de-Ouro, peça dirigida por João das Neves com parceria com Paulo César Pinheiro.
17 – Em 2008 surge o MishMash, mostra de variedades com direito a números de mágica. Nicette Bruno e Paulo Goulart fazem O Homem Inesperado no Guairão. Os Satyros apresentam Vestido de Noiva com Norma Bengell. Aqueles Dois, do grupo mineiro Luna Lunera, vira sensação entre a crítica no Teatro Paiol. A Cia. Independente de Teatro tem sua apresentação de O Abajur Lilás interrompida por um homem armado.
18 – O Gastronomix, a feira gastronômica com renomados chefs do Brasil, surge em 2009.
19 – Mais de 400 peças são apresentadas em 2010, ano em que surge a mostra infantil Guritiba.
20 – O público do Festival de Curitiba ultrapassa os 200 mil espectadores em 2011.
21 – Luís Antônio – Gabriela, peça de Nelson Baskerville sobre seu irmão travesti, conquista o público e a crítica em 2012 com a Cia. Mugunzá. O Grupo Magiluth, de Recife, estreia no evento com Aquilo Que Meu Olhar Guardou pra Você.
22 – Renata Sorrah conquista a crítica com sua atuação em Esta Criança, seu primeiro trabalho junto da Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba, em 2013. No mesmo ano, a peça Hasard, do Grupo Erro, de Florianópolis, é interrompida pela polícia por ter cenas de nudez, o que causa revolta na classe artística.
23 – Silvero Pereira conquista o público e a crítica com a peça BR-Trans em 2014. O ano também é marcado por um triste acidente: uma peça de isopor se solta do teto na abertura do Festival e atinge a cabeça do ator Fagner Zadra, que fica tetraplégico. Ele recebe todo apoio da equipe do Festival e a classe artística se comove com o fato.

Simone Magalhães com a turma da Selvática Ações Artísticas: eles roubaram a cena em 2015 – Foto: Emi Hoshi/Emi Photo Art
24 – Artistas do Fringe chamam mais a atenção da crítica do que peças com famosos na edição de 2015. Simone Magalhães rouba a cena off do Festival com Por Que Não Tem Paquita Preta, na Casa Selvática. A violência chama a atenção: dois grupos são assaltados, a Cia Teatro da Investigação, de Suzano (SP), e o Anaïs Teatrum, de Palhoça (SC).
25 – O ano de 2016 marca mudanças na curadoria: saem de cena Celso Curi, Tânia Brandão e Lúcia Camargo e entram os novos curadores Guilherme Weber e Marcio Abreu. É o ano em que o Festival de Curitiba chega à 25ª edição, sob comando de seu idealizador, Leandro Knopfholz.