Coletivo Negro encara Curitiba com Farinha com Açúcar e protesto
Por Miguel Arcanjo Prado
Enviado especial a Curitiba*
Enquanto há quem prefira se chafurdar em tinta branca e repetir a lógica de opressão racista em certos palcos paulistanos, Jé Oliveira e o Coletivo Negro encararam os curitibanos repletos de força negra no palco do Sesc da Esquina neste fim de semana, dentro da programação que encerrou com glória o 26º Festival de Curitiba, que fechou com público de 200 mil pessoas.
O grupo apresentou o aclamado espetáculo “Farinha com Açúcar – Ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens”, sucesso em várias temporadas paulistanas. O espetáculo musical, um verdadeiro tributo à obra dos Racionais MCs, fala com propriedade sobre racismo e o cotidiano de jovens negros na periferia, assassinados muitas vezes pelos agentes do Estado e ignorados pela sociedade, incluindo aí boa parte da classe artística.
Além de Jé Oliveira, estavam no palco os virtuosos músicos Cássio Martins, Fernando Alabê, Mauá Martins, Melvin Santhana e o DJ Tano ZáfricaBrasil.
Ao fim da peça, houve protesto no palco.
Os artistas estenderam uma faixa com os dizeres: “O nosso júri é racional, não falha, não somos fãs de canalha”. Também foi projetado no fundo do palco a frase: “Todo poder ao povo”.
Os integrantes do Coletivo Negro também levantaram punhos cerrados durante os aplausos. Veja as fotos.

Jé Oliveira protesta na peça contra o genocídio da população negra pelo Estado brasileiro – Foto: Leonardo Lima/Clix

A religiosidade afro-brasileira também está presente na obra do Coletivo Negro – Foto: Leonardo Lima/Clix
*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.
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